Topo

O único consenso sobre Sasha em Angola foi discordar de alguém

Juliana Kataoka

24/08/2019 21h42

Na tarde de quinta-feira (22), o Estadão deu a notícia de que a Sasha fez trabalho voluntário em Angola e o título escolhido foi esse aqui embaixo.

A manchete dava a entender que a Sasha estava ensinando sobre cultura africana para os próprios africanos. Mas dentro do texto, não existe nenhuma menção que Sasha estava ensinando cultura africana pra essas pessoas.

O que está escrito é que ela ensinou meninas a montar suas próprias roupas com tecidos locais, como parte de uma iniciativa para ajudar na autoestima dessas jovens.

Algumas pessoas criticaram o que foi considerado por má fé na chamada.

E teve até quem tentasse reescrever o título pra uma versão que talvez fosse mais correta.

Até o Emicida deu seus dois centavos sobre a história.

Mas nem todo mundo bateu palmas pra atitude da Sasha e nem foi por só ter visto a manchete sem ler a matéria.

Veja também:
Não deu pra deixar passar montagem de negra com mão de branca do MEC
O novo projeto do Emicida tem seu próprio emoji e deixa os fãs orgulhosos
Emicida escancarou a insensibilidade coletiva ao comentar caso dos 80 tiros

E criticaram a postura que muitas pessoas brancas tem assumirem o papel de salvadores de quem está em situação econômica mais desfavorável.

A colunista da Marie Claire, Stephanie Ribeiro, comparou a situação com pessoas economicamente vulneráveis de outros países para mostrar o quanto esse complexo de salvador em relação à África, em sua opinião, é problemático e racista.

E a problematização do branco salvador gerou uma nova problematização em relação a quem quer problematizar tudo.

E cuja militância nasce, vive e morre só na internet.

E algumas pessoas se perguntaram: quais seriam as "melhores práticas" para uma pessoa branca antiracista, então?

Siga o Quicando nas Redes:
Twitter: https://twitter.com/blogquicando
Facebook: https://www.facebook.com/blogquicando/
Grupo no Facebook Quicando: https://www.facebook.com/groups/326104301631260/

Sobre as autoras

Juliana Kataoka, jornalista e redatora, trabalhou no BuzzFeed Brasil, em agências de publicidade e outros veículos. Não consegue sair das redes sociais, mas jura que tenta. Redes sociais: Twitter Facebook Instagram
Susana Cristalli, jornalista de formação, redatora de tudo um pouco e tradutora. Moradora da internet, acorda cedo pra varrer a calçada cheia de memes do dia anterior. Redes sociais: Twitter Facebook Instagram

Sobre o Blog

Vamos contar pra você, do nosso jeitinho, as histórias que mais quicaram na internet durante esta semana e que você talvez tenha perdido, ou não.

Quicando