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Gabi cruzou dados e levantou discussão sobre machismo e felicidade

Juliana Kataoka

31/07/2019 20h07

A publicitária Gabi Bianco estava fazendo uma pesquisa sobre público alvo e seus interesses para um cliente, uma prática comum na publicidade, e acabou chegando a algumas conclusões interessantes.

Na pesquisa, ela descobriu que mulheres casadas se preocupam com filhos, solteiras se preocupam com trabalho e educação e homens eram muito parecidos independente do estado civil.

Como se imagina, a maioria dos homens têm interesses como esportes e eletrônicos. Mas, na pesquisa ela descobriu algo além: a maioria deles não se preocupa com o meio ambiente, são homofóbicos e machistas

.

Quando ela pegou esses dados da pesquisa do IBOPE / Kantar e cruzou os dados desse mesmo público com a ferramenta de insights do Facebook, a coisa ficou política.

Ela resolveu, então, comparar as respostas dos diferentes grupos à pergunta: Você se considera feliz?

Entre as mulheres e jovens, a resposta foi em sua maioria, sim. Mas entre os homens a resposta foi diferente.

A hipótese da Gabi é que as duas coisas estão relacionadas.

E deu o caminho das pedras para quem quiser ter acesso aos mesmos dados que ela e pesquisar o assunto com mais profundidade.

O post ficou grande!

Principalmente em se tratando de um assunto tão técnico! Eram quase duas mil curtidas no momento que este post foi redigido.

Intrigada pela hipótese levantada pela Gabi, perguntei a Luciana Obniski, gerente de pesquisa qualitativa, se a hipótese da publicitária faz sentido

.
Na opinião da profissional, faz sentido como um ponto de partida. O cruzamento que Gabi tentou fazer é complexo. "Esse dado só é relevante se o fato se declarar feliz for determinante no tipo de página de Facebook que a pessoa segue", explicou. Se ele fosse usado em um estudo oficial seria necessário fazer uma contraprova ou uma outra amostragem.

Também há a questão de que a informação sobre a felicidade é autodeclarada e transitória

.
"O cara que hoje diz que está infeliz, há três anos estava feliz e gostava das mesmas coisas. Os dados precisam ser avaliados mais "friamente" pra corroborar o que ela tá dizendo", completou Luciana.

Por sua vez, a Kantar / IBOPE deu o seguinte posicionamento oficial sobre a análise da publicitária.

A Kantar IBOPE Media esclarece que os insights e as narrativas citadas não expressam a opinião da empresa e não foram divulgados em nossos canais oficiais, portanto não nos cabe comentá-las.

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Sobre as autoras

Juliana Kataoka, jornalista e redatora, trabalhou no BuzzFeed Brasil, em agências de publicidade e outros veículos. Não consegue sair das redes sociais, mas jura que tenta. Redes sociais: Twitter Facebook Instagram
Susana Cristalli, jornalista de formação, redatora de tudo um pouco e tradutora. Moradora da internet, acorda cedo pra varrer a calçada cheia de memes do dia anterior. Redes sociais: Twitter Facebook Instagram

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